Majestade dos Mares. Senhora dos Oceanos.
Sereia Sagrada Originalmente na África, Yemanjá é divindade das águas doces, ninfa do Rio Ogum, tendo sido primordialmente cultuada pelos ebás, povo assentado numa região situada entre as cidades de Ifé e Ibadan (região onde hoje é a Nigéria).
Até o século XIX, com a expansão dos ebás e disseminação de sua cultura em conseqüência de guerras entre as várias etnias iorubas, o culto a Yemanjá foi levado para Abeocutá e demais povoações ao longo do Rio Ogum, sendo Yemanjá então a ele associada.
Com o tempo, passou a ser cultuada em quase todo o teritório iorubano.
Essa força da natureza também tem um papel muito importante em nossas vidas, pois é ela que vai reger nossos lares, nossas casas. É Yemanjá que vai dar o sentido de “família” a um grupo de pessoas que vivem debaixo de um mesmo teto. Ela é a geradora e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos, transformando-os num grupo coeso.
Yemanjá é o sentindo de educação que se dá aos filhos, os mesmos que se recebe dos pais, que por sua vez aprenderam com seus pais. Ela, Yemanjá, rege até o castigo, as sanções que os pais aplicam aos filhos.
É o sentido básico, é a base da formação de uma família, aquela que vai gerar o amor do pai pelo filho, da mãe pelo filho, dos filhos pelos pais, transformando tais sentimentos num só, poderoso, imbatível, que se perpetuará.
Yemanjá é a família! Rege as reuniões de família, os aniversários, as festas de casamento, as comemorações que se fazem dentro da família. É o sentido da união, seja ligado, por laços consangüíneos, ou não.
Dentro do Culto, numa Casa de Santo, Yemanjá também atua organizando e dando sentindo ao grupo, à comunidade ali reunida e transformando essa convivência num ato familiar; criando raízes e dependências; proporcionando o sentimento de irmão pra irmão em pessoas que há bem pouco tempo não se conheciam; proporcionando também o sentimento de pai para filho, ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos do relacionamento do Babalorixás, ou Ialorixás com os Omo Orixás (filhos de Santo).
Yemanjá também está presente nas decisões, nos momentos de angústia e preocupação pelo ente querido. A necessidade de saber se aqueles que se ama estão bem, a dor pela preocupação, é uma regência de Yemanjá, que não vai deixar morrer dentro de um indivíduo o sentido de amor ao próximo, principalmente em se tratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente, ou amigo muito querido.
Se Exu fecunda e Oxum cuida da gestação, é Iemanjá quem vai receber aquela nova vida no mundo e entregá-la ao seu regente, que inclusive pode ser até ela mesma. Isto tem uma importância muito grande, no sentido e na visão da Cultura Africana, sobre a fecundação e concepção da vida humana.
Daí o titulo de Iyá (mãe), melhor, Iyá – Ori (mãe da cabeça) e plasmadora de todas as cabeças; aquela que gera o Ori, que dá o sentido da vida e que permite pensar, raciocinar, viver normalmente como seres pensantes e inteligentes.
Yemanjá está presente nos mares e oceanos. É a Senhora das águas salgadas e será ela que proporcionará boa pesca nos mares, regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo de seu reino. Yemanjá é a onda do mar, o maremoto, a praia em ressaca, a marola, É ela quem controla as marés, é ela quem protege a vida no mar. Odo Iyá.
Fonte: UOL
A Grande Mãe Africana do Brasil – Armando Vallado
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