CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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terça-feira, 5 de julho de 2011

Os Segredos de Ogun e Odé!

 
Orixá Ogum e Odé

Chega Março, Abril e Maio, e sempre ouvimos falar das festas de Ogum e Ode, mas o que sabemos sobre esses orixás?, Porque a festa de ambos é juntas?

Segundo algumas itans (lendas), Ogum e Odé seriam irmãos, e Ogum o irmão mais velho teria ensinado Odé a caçar, para que esse pudesse sobreviver nas matas. Existem uma série de lendas sobre Ogum e Odé, mas hoje vamos acompanhar os rituais que circulam a festa de Ogun e Ode, e saber mais sobre esses orixás.

Ogum

Características Principais:

CORES: Verde ou Azul-escuro, Vermelho (algumas qualidades)

SÍMBOLOS: Bigorna, Faca, Pá, Enxada e outras ferramentas

ELEMENTOS: Terra (florestas e estradas) e Fogo

DOMÍNIOS: Guerra, Progresso, Conquista e Metalurgia

SAUDAÇÃO: Ògún ieé!!

Orixá da guerra e da tecnologia, presente nas grandes descobertas e é muito associado ao seu metal, o ferro, tido como orixá dono da forja, daí vem a sua relação com a tecnologia, ou seja, Ogun transforma o ferro em materiais, como espadas e esculdo, ou em outros que são usados para defesa e manutenção da sociedade yorubá, daí a sua importância para os povos nagô.

Uma outra associação que fazemos a Ogun é o mariwo, que é a folha do dendezeiro, que desfiamos em homenagem ao orixá, e colocamos em cima das portas da casa, para que ele afaste energias negativas. O mariwo é tão importante, pois segundo fontes, foi através do dendezeiros que os orixás teriam descido a terra, durante a criação.

Na África existe uma cidade chamada Irê, de onde vem o culto a Ogum.

Comidas de Ogun

- Inhame assado, temperado com dendê.

- Inhame assado, inteiro, todo espetado pelo o talo do mariwô que é desfiado, chamado guegue, cortados em pedaços de mais ou menos 7 cm, onde colocamos ele por todo o inhame sem casca, como se fosse um paliteiro.

EFUN - Farofa de mel - mistura-se a farinha de mandioca com mel de abelhas e pronto. 

Pode-se colocar num Oberó, nos pés de Ogun, ou nas estradas, pedindo a Ogun que adoce os seus caminhos e suas estradas.

Presente de Ogun

O Presente de Ogun é algo marcante da festa, é onde Ogun entrega ao povo o pão, feito de inhame, em um cesto enfeitado com o mariwô

Odé

Características Principais:

CORES: Azul claro

SÍMBOLOS: o Arco e a Flecha unidos (Ofá!

ELEMENTOS: Terra, Fauna e Flora

DOMÍNIOS: As matas

SAUDAÇÃO: Okê arolê!!!

É tido como o rei de Ketu, pois teria sido rei da cidade que dá nome a nossa nação, a importância do orixá, vem do seu aspecto provedor, ou seja a caça, que alimenta o povo, Odé também surge como figura importante para achar um lugar de ocupação, pois através de sua influencia na natureza, ele acha o lugar mais propicio para a ocupação.

Muitas casas de Ketu, mantém um preceito de não comer os frutos da Jaqueira, mas porque?, é o que vamos explicar a seguir, conforme mito de um entidade chamada Yá Opáoká, que seria a mãe de Odé. 

Odé ou Oxossi, como tabmém é conhecido, sempre foi o responsável por alimentar a família. 

É considerado o orixá que dá de comer às pessoas, pois sob seus domínios estão os animais e os vegetais. 

Assim, invoca-se a energia de Oxossi quando se quer encontrar algo ou atingir algum objetivo e para prover sustento (moral ou físico) durante as jornadas.

Invoca-se Oxossi, o patrono da natureza, quando se quer encontrar remédios para certos males, embora seja necessário pedir para Ossain que o remédio faça efeito. 

Ogum assim o fez, mas como Oxossi relutasse em voltar ao lar, e ao voltar desfeiteasse sua mãe, esta o proibiu de viver dentro da casa, deixando-o ao relento. Como havia prometido ao irmão ser sempre seu companheiro, Ogum foi viver também do lado de fora da casa. 

Oxossi tornou-se o melhor dos caçadores e diz o mito que foi ele quem livrou Alaketu, sua cidade, de um grande feitiço das perigosíssimas ajés (feiticeiras africanas) Iyami Osorongá, que se transformam em pássaros e atacam as pessoas e cidades com doença e miséria.

Tendo uma das feiticeiras pousado sobre o palácio do rei do Ketu e os demais caçadores do reino perdido todas as suas flechas tentando mata-la, Oxossi, com apenas uma, deu cabo do perigoso pássaro, tendo sido conclamado o rei do Ketu. 

Pede-se a Oxossi, portanto que destrua feitiços ou energias maléficas.

Um dia, enquanto caçava elefantes para retirar-lhe as presas, Oxossi encontrou e apaixonou-se por Osun, a deusa das águas doces e do ouro que repousa em seus leitos, e com ela teve um filho, Logun-Edé. 

Filho da floresta com as águas dos rios, Logun-Edé é considerado o orixá da riqueza e da fartura, que ambos os domínios apresentam e dos quais compartilha.

Yá OPÁÓKÁ
 Os mitos Yorùbá, nos revela que esta Ìyágba, também conhecida como Ìyá Ode, ,entre tantos outros epítetos, vivia juntamente com outras duas irmãs, Ìyá Mepere e Ìyá Bokolo, muito antes da fundação da cidade de Ketu, em uma cova situada abaixo do Òpó méta, três robustos troncos de mogno-da-guiné , conhecido em Yorùbá com o nome de Ògànwó.

As três irmãs selaram um pacto de nunca dar o nascimento a uma criança neste mundo, porém, Ìyá Apáòka não cumpre o prometido e juntamente com Òrìsà Oko dá a luz a um menino que mais tarde recebe o nome de Erinlè. 

Inlè como também é conhecido, funda a Cidade de Ìlobùú , entre outras obras na Terra, retorna ao orun e regressa novamente ao àiyé no mesmo seio familiar, onde desta vez recebe o nome de Òdé . 

Este é um dos grandes segredos da ligação entre Inle e Òdé. 

Aquele que possui Inlè, deverá ter como complemento Òdé, mas não necessáriamente o inverso.

Aqui no Brasil, por diversas razões, houve a necessidade de uma redifinição e, consequentemente, foi feita a substituição do mogno-da-guiné pela jaqueira, denominada em Yorùbá de Tapónurin onde também foi designada o nome de apáòka em razão de ser a morada da divindade do mesmo nome.

De suma importância, devo ressaltar que a jaqueira é uma árvore originária da Índia e introduzida na Bahia por volta do século XVIII. 

Suponho que o tamanho e o porte da jaqueira, foram de fundamental importância para a efetiva substituição. 

Todas as árvores são sagradas por natureza, embora para que se possa prestar culto a esta divindade a mesma deverá receber os ritos liturgicos onde consiste em plantar o àse ou acomodar os segredos de Ìyá Apáòka; depois de ser sacralizada, o tronco desta é adornado com um laço de tira branca e uma talha de três alças da qual sustenta um arco e flexa em ferro forjado. 

Nos Terreiros de Candomblé, esta árvore divide o espaço com espécies variadas, como também “assentamentos” e emblemas de certos Òrìsà, num local denominado Ãbo de Òsóòsì Oru Gboru Òdé (do qual representa a “floresta africana”, de fundamental importância, pois a mesma não se encontra dissociada da vivência cotidiana dos africanos em geral.

Anualmente, esta árvore recebe o sacrifício de animais com a finalidade de revitalização de seu àse, ocasião esta que a torna objeto de um culto especial. 

Quanto ao culto à Ìyá Mepere e Ìyá Bokolo, não se encontram vestigios, esta perdido na diáspora, assim como inúmeras outras divindades.

Com Isso podemos entender um pouco mais da nossa cultura e saber sempre o “porque”, das coisas.

Comida de Ode

O Axoxó - Milho Vermelho, Côco, 1 Oberó

É a comida mais comum de Oshóssi - cozinha-se o milho vermelho somente em água, depois deixa-se esfriar, coloca-se num Oberó e enfeita-se por cima com fatias de côco.


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