Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô à frente, as Iyámi Ajé fizeram roupas iguais às de Egungun, vestiram-nas e tentaram assustar os homens que participavam do culto.
Todos correram menos Xangô, que ficou e as enfrentou, desafiando os supostos espíritos.
As Iyámis (as terríveis ajés, feiticeiras) pelo seu grande valor no equilíbrio na manifestação da justiça, ficaram furiosas com Xangô. E juraram vingança.
Em um certo momento em que Xangô estava distraído atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente.
Ela subiu em um pé de obi, e foi aí que as Iyámis Ajé atacaram e derrubaram a Adubaiyani, a filha que Xangô mais adorava.
Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino, que, até então, era muito próspero.
Foi até Orunmilá, que lhe disse, então, que Iyami era quem havia matado sua filha.
Xangô quis saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilá lhe disse para fazer oferendas ao orixá Iku (Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos.
Assim Xangô fez, seguindo, à risca, os preceitos de Orunmilá.
Xangô conseguiu rever sua filha e tomou para si o controle absoluto dos mistérios de egungum (ancestrais).
Passou, então, a estar sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos eguns, e se tornando estritamente proibida a participação de mulheres neste culto.
Caso essa regra seja desrespeitada, se provocará a ira de Olorun, Xangô, Iku e dos próprios eguns.
Este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais.
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