Baiâni (do iorubá Báyànni, nome dado à sua coroa de búzios peculiar), Dadá ("de cabelos anelados", em iorubá) ou Ajacá (Ajaka, nome próprio) é um orixá, filho de Oraniã (Òrànmíyàn, em iorubá), meio-irmão mais velho de Xangô e de Xapanã(Ṣànpònná, em iorubá).
Segundo a tradição, Dadá Ajacá ("Ajacá dos cabelos encaracolados") foi alafin de Oyó antes de Xangô.
Soberano calmo e pacífico, que amava a beleza e a arte, aceitava a vassalagem ao reino vizinho de Owu e deixou a política militar ao meio-irmão Xangô, que então reinava como obá (rei vassalo) em Kossô.
Xangô fez grandes conquistas, derrotou o olowu (soberano de Owu), estendeu o domínio de Oyó sobre os iorubás e acabou por depor o irmão.
Dadá Ajacá exilou-se como obá de Igboho durante os sete anos de reinado de seu meio-irmão, passando a usar a característica coroa de cauris (búzios) que, ao contrário da usada pelo alafim (Ade Aláàfin), não chega a tapar os olhos, sinal de sua condição de soberano menor ou vassalo.
Voltou a reinar em Oyó depois da queda de Xangô, mostrando-se então enérgico, valente e guerreiro. Voltou-se contra os parentes da família materna de Xangô e atacou os tapas, seus aliados, sem grande sucesso.
No Brasil é chamado de Baiâni ou Dadá Ajacá e cultuado no Terreiro de Gantois.
Sua festa, no domingo anterior ao 1º Domingo do Advento (que é o domingo mais próximo de 30 de novembro), marca o fim do ano ritual do candomblé nagô, assim como, na mesma data, a festa de Cristo Rei marca o fim do calendário litúrgico católico e do ano eclesiástico.
No Gantois, Dadá Ajacá é representado por uma coroa de búzios chamada Adê de Baiâni, enfeitada de búzios com diversas tiras pendentes.
É cultuado com um ritmo forte e cadenciado chamado batá.
Alguns outros terreiros o consideram uma "qualidade" de Xangô, chamada Xangô Bane ou Xangô Bâni.
Outros consideram Baiâni como uma personagem completamente diferente de Dadá Ajacá, uma mulher que é mãe ou irmã mais velha de Xangô e foi regente de Oyó depois de Dadá Ajacá.
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