CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

domingo, 6 de agosto de 2017

YEMANJÁ E ERINLÉ SE APAIXONAM



Nesse tempo houve a separação da terra e do mar. 

Nesse momento as ondas começaram a fazer como se fosse engolir a terra. 

O mar, desde então se manteve irritado com a terra. 

Esta é a fúria de YEMANJÁ.

YEMANJÁ estava realmente feliz de estar no fundo do mar. 

Finalmente teve tempo para ela fazer o que ela quisesse fazer, que era a vida em paz, algo que havia se esquecido e agora recuperado com os filhos que executam no reino suas funções.

YEMANJÁ havia amadurecido, seguia sendo linda e sensual, apesar dos anos que haviam passado, ninguém podia competir com sua beleza, nem mesmo OSHÚN.

Numa manhã bem cedo, enquanto nadava no oceano, ela pode ver um movimento que justificava suas atenções. 

ÈRINLÉ 


Era um homem lindo e este homem era ERINLÉ, que estava fazendo sua pesca habitual.

ERINLÉ tinha toda a sua atenção voltada para sua pesca, quando de repente, foi surpreendido por uma bela mulher que lhe despertava o sentimento de amor. Não esperava uma bela aparição, mas ficou gratamente surpreendido por seu coração cheio de amor. Não podia explicar tal sentimento e chegou a pensar que estava sonhando, até que uma voz linda da maravilhosa mulher lhe falou dizendo:

Sou YEMANJÁ, dona desse reino onde você pesca. 

Sou eu que proporciona os peixes que vem em seu anzol.

Todo esse reino que você pode ver é imensamente grande e é meu.

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YEMANJÁ confessou a ERINLÉ que ela ainda governou sobre o vasto reino dos mares e ali há tempos se encontrava sozinha. Sem duvidar, ERINLÉ se ofereceu para acompanhá-la em seus momentos de solidão.

YEMANJÁ tinha gostado de ERINLÉ e ela explicou que estava buscando um companheiro e ERINLÉ aceitou seu convite sem muito pensar. 

Ele não estava preocupado com riquezas. Ele era devorado pela beleza dela desde o momento em que a viu.

Esta foi a primeira vez que YEMANJÁ permitiu que alguém soubesse seus segredos. YEMANJÁ e ERINLÉ seguiram seu caminho até o fundo do mar.

O belo ERINLÉ sentia como se estivesse em um sonho levado pela beleza de YEMANJÁ e a imensidade de seu reino. Ele nunca havia imaginado que uma beleza como tal existisse no mundo

Chegaram a uma grande caverna, onde muitas espécies de vida marinha guardavam a porta. Este foi até o Ilé de YEMANJÁ (palácio). A medida que o peixe se deu conta de sua presença, se afastou da abertura como em MOFORIBALÉ (reverência) a grande rainha que era sua mãe e criadora.

Todo o mundo a conhecia como ALLE MÓ (mãe dos peixes e da vida marinha).

Ao entrar na caverna, ERINLÉ foi tomado em temor por estar dentro de um grande palácio debaixo do oceano. Ninguém poderia imaginar as riquezas de seu interior.

Haviam tesouros incomensuráveis em todas as partes. As pedras preciosas mostravam tonalidades de azuis e verdes, do mais claro ao mais escuro, fazendo um ambiente ao palácio.

Sem dúvida YEMANJÁ era a mais rica de todos os ORISHÁS e das mais BELAS.

Eles tinham um tórrido romance desde que ERINLÉ viu através dos olhos de YEMANJÁ e aprovou cada uma de suas ações. No entanto, com o passar do tempo, as coisas mudaram. YEMANJÁ começou a ignorar ERINLÉ e assumir o fato.

A situação havia se tornado intolerável para ERINLÉ. 

Ele só queria a atenção de YEMANJÁ, mas ela não quis escutar suas queixas e ERINLÉ ficou incomodado com tudo isso.

YEMANJÁ se viu em um dilema e enquanto isso tentava uma maneira de se livrar de ERINLÉ. Ela não sabia o que fazer exatamente. Ela queria se desfazer de ERINLÉ, mas tinha medo de que ele revelasse seus segredos e mistérios de seu reino, mas ao mesmo tempo não queria matá-lo.

Depois de muito, ela decidiu que ia cortar-lhe a língua. Desta maneira ele seguiria vivendo, mas incapaz de dizer seus segredos a ninguém.

Esta é a razão por que ERINLÉ fala através de YEMANJÁ.

YEMANJÁ, desculpando-se de suas próprias ações, disse para si mesma que ERINLÉ era jovem demais para ela e tudo tinha se tornado muito tedioso para os dois. Depois de cortar-lhe a língua, ela o deixou ir.

Mesmo YEMANJÁ cortando-lhe a língua, ERINLÉ a consagrou como Rainha.

Nesse momento tedioso, nasceram as relações do mundo.


Ifá Ni L’Órun


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