Oxum
(SENSUALIDADE)
''Oh, deixe-me deliciá-la com a minha beleza
de modo que o olho possa dançar de alegria
deixe-me seduzi-la com perfumes
para que você inspire prazer
deixe-me excitar seu paladar
até sua língua tremer
deixe-me acariciá-la com um som
que faça seus ouvidos zunirem
deixe-me tocar o seu corpo
com a música da cachoeira
e adornar sua beleza com
braceletes dourados e mel e perfume
e quando tudo tiver sido feito
quando todos os seus sentidos tiverem sido despertados
quando seu espírito celeste se unir de modo jubiloso
com seu corpo terrestre...
Então você conhecerá a sensualidade... ''
Oxum, na religião yoruba, é uma orixá que reina sobre a água doce dos rios, o amor, a intimidade, a beleza, a riqueza e a diplomacia.
Também é um orixá do candomblé. Oxum é dona do ouro e da nação ijexá.
Tem o título de Ìyálòdè entre os orixás. Osun, Oshun, Ochun ou Oxum, na Mitologia Yoruba, é um orixá feminino.
O seu nome deriva do Rio Osun, que corre na Iorubalândia, região nigeriana de Ijexá e Ijebu. Identificada no jogo domerindilogun pelos odu ejioko e Ôxê, é representada pelo candomblé, material e imaterialmente, por meio do assentamento sagrado denominado igba oxum.
É cultuada em todas as religiões afro-brasileiras.
No Haiti, Oxum é a orixá do amor, do dinheiro e da felicidade. Também conhecida como Erzile ou Erzulie, Erzulie Freda no Dahomey. Em Oxum, os fiéis buscam auxílio para a solução de problemas no amor, uma vez que ela é a responsável pelas uniões, e também na vida financeira, a que se deve sua denominação de "Senhora do Ouro", que outrora era do Cobre, por ser o metal mais valioso da época.
Ela gosta de se enfeitar, especialmente com as cores amarela e dourada. Gosta de ritos em ambientes aquáticos, que incluam homenagens com mel e dinheiro (moedas de cobre). Seu colar de búzios simboliza seu conhecimento e poder de adivinhação. Diz-se que as mulheres devotadas à Oxum carregam o dom especial da sua Deusa.
Elas andam e dançam dos modos mais excitantes e provocantes. No seu caminhar está o fluxo do rio. Ninguém consegue escapar de seus encantos. Na natureza, o culto a Oxum costuma ser realizado nos rios e nas cachoeiras e, mais raramente, próximo às fontes de águas minerais. Oxum é símbolo da sensibilidade e muitas vezes derrama lágrimas ao incorporar em alguém, característica que se transfere a seus filhos, identificados por chorões.
Candomblé Bantu - a Nkisi Ndandalunda, Senhora da fertilidade e da Lua, muito confundida com Hongolo e Kisimbi, tem semelhanças com Oxum.
Candomblé Ketu - Divindade das águas doces, Oxum é a padroeira da gestação e da fecundidade, recebendo as preces das mulheres que desejam ter filhos e protegendo-as durante a gravidez. Protege, também, as crianças pequenas até que comecem a falar, sendo carinhosamente chamada de Mamãe por seus devotos.
É tida como um único Orixá que tomaria o nome de acordo com a cidade por onde corre o rio, ou que seriam dezesseis e o nome se relacionaria a uma profundidade desse rio. As mais velhas ou mais antigas são encontradas nos locais mais profundos (Ibu), enquanto as mais jovens e guerreiras respondem pelos locais mais rasos. Ex.: Osun Osogbo, Osun Opara ou Apara, Yeye Iponda, Yeye Kare, Yeye Ipetu, etc.
Em sua obra "Notas Sobre o Culto aos Orixás e Voduns", Pierre Fatumbi Verger escreve que os tesouros de Oxum são guardados no palácio do rei Ataojá. O templo situa-se em frente e contém uma série de estátuas esculpidas em madeira, representando diversos Orixás: "Osun Osogbo, que tem as orelhas grandes para melhor ouvir os pedidos, e grandes olhos, para tudo ver. Ela carrega uma espada para defender seu povo."
O Festival de Osun é realizado anualmente na cidade de Osogbo, na Nigéria.
O Bosque Sagrado de Osun-Osogbo, onde se encontra o Templo de Osun, é Patrimônio Mundial da UNESCO desde 2005.
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