O mês de julho marca para as mulheres negras uma data importante a ser celebrada: 25 de julho – Dia Internacional das Mulheres Negras da América Latina e do Caribe e o Dia de Tereza de Benguela.
A data foi instituída em 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingo, na República Dominicana.
A partir daí, o movimento de mulheres negras tem atuado para dar visibilidade à data, mostrando as condições de opressão de gênero e raça vivenciada pelas mulheres negras latino-americanas e caribenhas.
Em 2009 foi instituído o 25 de julho também como Dia Nacional de Teresa de Benguela e da Mulher Negra, em reconhecimento a luta das mulheres negras brasileiras, e homenageando a líder quilombola do século XVIII, Teresa de Benguela, do Quilombo Quariterê, em Mato Grosso. TERESA DE BENGUELA
Teresa de Benguela era considerada a Rainha Negra do Pantanal. Não se sabe ao certo, seu local de nascimento, se África ou Brasil. Benguela foi um reino autônomo africano. Hoje, é um importante distrito Angolano.
O que importa, porém, é seu exemplo de garra e competência na luta contra a opressão.
O Quilombo do Quariterê ficava próximo à fronteira do Brasil. Sob a liderança da Rainha Teresa, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770.
A Rainha Teresa comandou a estrutura política, econômica e administrativa do Quilombo, mantendo um sistema de defesa com armas trocadas com os brancos ou resgatadas das vilas próximas. Os objetos de ferro utilizados contra a comunidade negra que lá se refugiava eram transformados em instrumento de trabalho, visto que dominavam o uso da forja.
O Quilombo do Quariterê, além do parlamento e de um conselheiro para a rainha, desenvolvia agricultura de algodão e possuÍa teares onde se fabricavam tecidos, que eram comercializados fora dos quilombos, como também os alimentos excedentes.
Valente e guerreira ela comandou o Quilombo do Quariterê, este cresceu tanto sob seu comando que chegou a agregar índios bolivianos e brasileiros. Isso incomodou muito as autoridades das Coroas, espanhola e portuguesa.
A Coroa Portuguesa, junto à elite local agiu rápido e enviou uma bandeira de alto poder de fogo para eliminar os quilombolas.
Tereza de Benguela foi presa. Não se submetendo a situação de escravizada, suicidou-se.
Em diversas situações, a história dos heróis negros e heroínas negras estão imbricadas à luta geral da população negra em contraposição ao escravismo e/ou outras várias formas de racismo presentes na sociedade brasileira. Mas é importante salientar que muitas dessas personagens continuam anônimas na história brasileira.
fonte: http://blackpagesbrazil.com.br/?p=3527
Nenhum comentário:
Postar um comentário