CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Èşù Òdàrà



Èşù Òdàrà
Oríkì Èşù
Mensageiro Divino, Divino Mensageiro da Transformação,
Mensageiro Divino fala com poder.
Homem das encruzilhadas, dançar ao som do tambor.
Faz cócegas com o dedo do pé no tambor.
Ultrapassar o conflito.
Discórdia é contrária aos Espíritos do Reino Invisível.
Una os pés instáveis no desmame dos filhos.
A palavra do Mensageiro Divino é sempre respeitada.
Mensageiro Divino, não me faça mal. Mensageiro Divino, não me faça mal.
Mensageiro Divino, não me faça mal.
Faça mal ao filho do outro.
Acabe com meus sofrimentos.
Dá-me a bênção da cabaça.
Àse o.
Èşù Mensageiro Divino. Dizem que ele traduz a linguagem do òrìsà para os humanos e vice e versa. Ele existe no mundo visível e invisível ao mesmo tempo e, portanto, sabe de tudo.
Ele é conhecido por muitos nomes, Èşù ou Elégbará são os mais comuns. Na diáspora muitos acreditam que são dois irunmọlẹ diferentes, porém, isto não é correto. Alguns dizem que Elégbará vem de Alágbárá (O Forte ou proprietário da força, apenas nomes de louvor).
Eu soube que Elégbará vem de:
Ẹlà egbe ará.
Que significa: O corpo daquele que possui a luz.
Outra tradução de Bará seria: Força ou poder.
Ilè Bará que significa: A casa do poder.
Èşù Elégbará é um dos aspectos de Èşù associado aos guerreiros.
O poder dos Guerreiros
O Odù Ọwọnrin Òsá diz:
Elégbará não será executado no dia da luta.
Luta gloriosa é o àse de Elégbará
Airá não será executado no dia da luta.
Luta gloriosa é o àse de Airá.
O leão não corre no dia da luta.
Luta gloriosa é o àse do leão.
Eu não correrei no dia da luta,
De modo que meus soldados não vão correr no dia da luta.
Não correrão para que possamos ter honra e glória.
Chamaremos o Odù marcado na bandeja, para colocar na mistura.
Vamos moer ìpe-ele (ewè Ifá).
Vamos colocá-lo em uma cabaça e misturar com Agídí para beber com nossos soldados (ebo de coragem para um combate).
Àse
Èşù Òdàrà nasce no Odù Òsétúrá. Ele nasce neste Odù.
Talvez a confusão esteja neste detalhe. Odù diferentes para Èşù leva-nos a pensar que eles são irunmọlẹ diferentes. Porém, Òdàrà é o 'pai' de todos os outros Èşù, pois eles não são irunmọlẹ diferentes. A multiplicidade de caminhos e nomes é explicada, um pouco, no Odù Òsétúrá.
Èşù estava envolvido em uma batalha com Ikú (Morte).
Ele estava caçando Èşù há muito tempo, Ikú vinha como uma maldição.
Ele pegou um instrumento especial de sua propriedade para cortar Èşù ao meio.
Porém, a cada vez que ele cortava Èşù as metades renasciam.
Logicamente Ikú se apavorou e saiu correndo desesperadamente.
Não somente este itọn explica como tantos Èşù vieram a aparecer, porém, é a prova de que eles são os mesmos. Grande parte da confusão em torno dos vários caminhos de Èşù vem do fato de que cada Odù e cada òrìsà tem seu próprio Èşù. Os Èşù para diferentes òrìsà nascem no Odù Ọwọnrin Ìwòrì onde vemos Èşù Ananaki para Şàngó, onde vemos Èşù Oke para Ợbàtálá em Ọwọnrin Ogbè.
Diz-se que a cada Orí que é criado um Èşù é acoplado a ele.
Alguns nomes de Èşù são bem conhecidos tais como:
Èşù Láròóyè que se traduz como: Perto das mães.
Este Èşù está associado à Òsún e carrega o àse da sensualidade e da fertilidade.
Èşù Elekun é aquele que está associado aos guerreiros. Elekun significa Senhor do leopardo e estão associados com força, astúcia e coragem. Características que refletem o àse de Ògún.
Èşù Láàlú é o Èşù da dança, dança que provoca possessão.
Èşù Iseri é o Èşù do orvalho da manhã e refere-se às plantas da floresta e está associado à Osányìn.
Èşù Oro é o Èşù do poder da palavra (Ìká) é o Èşù que coloca o àse em nossas orações e invocações.
Existem muitos outros nomes ou podemos dizer de Èşù.
Dizem que eles são 21 (vinte e um), mas na realidade são muito mais.
Èşù é comumente conhecido como: O Malandro, nome que representa a oportunidade. Porém, devemos questionar se este é realmente o papel mais importante de Èşù.
Ele é o executor cármico que simplesmente proporciona efeito em suas ações. As boas e as más.
Ele nos lembra de que nós, e somente nós, somos responsáveis por nossas ações. Não culpe Òlódùmarè, ele não se envolve em assuntos cotidianos, não culpe seus pais, seu chefe ou o seu cônjuge. Culpe-se por não se corrigir e não resolver seus conflitos internos.
Èşù é o princípio do caos e da transformação. Ele nos empurra a crescer, ele é causa e efeito. Ele faz a mediação entre os seres humanos e os Ajogun. Por fim, Ele é o guardião e o conferidor do àse.
Àse imbui o som, o espaço, a energia e a matéria com a reestrutura existente. Para depois transformar e controlar o mundo físico.
Reduzir Èşù a fabricante de maldades ou trapaceiro é ser completamente idiotia e ignorante do seu verdadeiro papel no universo.
Èşù nos provoca a pensar antes de agir, para que suas escolhas e livre arbítrio possam afetar o seu destino.
Um verso de Ogbè’ worin ilustra este aspecto de Èşù.
Pressa é desnecessária para o sucesso.
Alguém pode se envolver em atividades criminosas.
Foi lançado Ifá para Ọrúnmìlà.
No dia em que ele iria implorar por um filho à òrìsà.
Ele foi avisado a cuidar da Terra e fazer ebo.
Àse
Neste itọn, Ọrúnmìlà vai a Ợbàtálá para pedir um filho, nesta época ele só tinha Orí defeituosos em seu estoque. Ọrúnmìlà queria um de qualquer maneira, ele não queria esperar. Ele pensou que mais tarde poderia consertá-lo. Ele nomeou ọmọlókún. O garoto estava podre até as entranhas. Quando este ficou mais velho, Ọrúnmìlà descobriu através do oráculo que ele queria matá-lo, então, ele fez ebo e manteve um encanto embaixo do travesseiro. Quando ọmọlókún veio para matá-lo, Ọrúnmìlà acordou. Depois de uma longa perseguição, ọmọlókún estava exausto e se transformou em uma rocha (Yangi a pedra de Èşù) para se esconder. Porém, Ọrúnmìlà não se deixou enganar e quando ia matar o pequeno ele resolveu apontar o seu encanto para a pedra e ordenou que ele ficasse como estava para sempre e disse:
Todos os recados que você havia recusado, enquanto meu filho, você de agora em diante vai responder a todos.
O itọn termina com esta canção:
Quem vai dirigir a minha boa sorte para mim?
Èşù Òdàrà
Ele é o único que irá dirigir a minha boa sorte para mim.
Èşù Òdàrà
Àse
Neste itọn de Ogbè'wórín vemos que, apesar de Èşù estar por traz do castigo por causa da pressa, ele também, ajudou Ọrúnmìlà a sair daquela situação. Assim é a natureza dual de Èşù, é como ele mantém o equilíbrio. Vemos também, como Èşù pode nos abençoar com boa sorte. Interessante é o nome do filho problemático de Ọrúnmìlà, ọmọlókún, o filho do Espirito do Oceano. É Ọlọkún quem cria abundância e riquezas nas profundezas negras e desconhecidas do oceano. É Ọlọkún cuja energia está ligada a de Èşù Yangi, a pedra de Èşù.
Èşù nasce no Odù Òsétúrá. Ele é o filho da Deusa do rio, Òsún e Ọrúnmìlà são os seus pais.
Quando no início, Òlódùmarè enviou 17 irunmọlẹ para a Terra ficar habitável para os seres humanos, apenas um deles era do sexo feminino, esta era Òsún. Eles ignoraram por completo a presença dela e deliberavam sozinhos sobre todos os assuntos. Òşún sempre se mantinha calma e fria.
Ela fez questão que todos os assuntos deles não progredissem, que todas as suas ações dessem erradas.
Assim, os irunmọlẹ voltaram para Òlódùmarè e perguntaram por que tudo que fizeram resultou em um enorme fracasso. Òlódùmarè perguntou quantos eles eram quando vieram para a Terra.
Eles disseram que eram dezessete.
Òlódùmarè disse:
Quantos de vocês estão aqui?
Eles disseram:
Nós somos dezesseis.
Ele perguntou:
Onde está o décimo sétimo?
Eles responderam:
Bem, ela está na Terra.
Nós não a trouxemos por que ela é apenas uma mulher.
Òlódùmarè disse:
Isto não é bom, é melhor vocês voltarem e pedirem perdão.
Eles então obedeceram.
Ela não aceitou as desculpas e informou que esperava um filho e se este fosse uma menina iria haver guerra. Porém, se fosse homem, ela os perdoaria e deixaria ele ter com eles.
A criança nasceu do sexo masculino e recebeu o nome de Òsétúrá.
As orações de todos os irunmọlẹ foram respondidas.
Quando terminamos nosso ritual ou oração cantamos:
Òşéturá (a-wu-ire-la) wa Agbe, ala wa, àse.
Òsétúrá (o Odù que faz nossas orações se manifestarem) nos apoiará e nos abençoará.
Bi mo duro, bi mo wure.
Ire ti emi, ko ni se aigba.
Bi mo bere, bi mo wure.
Ire ti emi, ko ni se aigba.
Bi mo joko, bi mo wure.
Ire ti emi, ko ni se aigba.
Se eu orar de pé
Minhas orações se manifestarão.
Se eu ficar parado ou ajoelhado enquanto oro.
Minhas orações se manifestarão
Se eu me sentar e orar.
Minhas orações se manifestarão.
Àse
Isto faz parte de um poema que é dito diariamente pelo Áwo, para que seu àse cresça. Todo ritual de Ifá/òrìsà e tomado de medicamentos, magias e etc., há um método de ligar palavras a ações desejadas. Este método faz parte do treinamento do Áwo. Ligar à palavra a ação é fundamental para a teoria metafisica yorùbá, pois, no início não havia o som. Somente Ọrúnmìlà e Èşù trabalhando juntos é que fazem com que as coisas aconteçam.
O seguinte verso é um exemplo de ohun - afose (expressando o àse e fazendo-o acontecer).
fonte:https://orisaifa.blogspot.com.br/p/esu-odara.html


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