Eu fui consultar um Bàbáláwó, em busca da minha felicidade.
Ele falou para que eu fizesse uma oferenda, e, que depois eu deveria ir até uma encruzilhada, pois lá eu encontraria o Senhor da alegria, a criança querida de OLÓDÙMARÈ, e que Ele poderia me dizer aonde eu encontraria a minha felicidade.
Fiz minha oferenda, coloquei minha roupa branca e comecei minha jornada.
Conheci ÈSÙ na encruzilhada, rodando com suas cabaças a balançar, e dando uma boa gargalhada.
Perguntei se ele sabia onde morava a felicidade, ÈSÙ então me mandou seguir pela estrada; pois lá eu encontraria o Senhor de todos os caminhos, ÈSÙ também me disse que ÒGÚN era ÀSÍWÁJÚ (aquele que vai à frente dos outros) e que Ele poderia me ajudar.
Fui seguindo a estrada, na beira da mata, e, no meio dela com suas duas espadas, apareceu o senhor do ferro ÒGÚN.
Ele disse-me que eu iria encontrar o que eu estava procurando, se eu seguisse pela mata fechada e procurasse por ÒSÓÒSÌ. o grande caçador.
Entrei na mata, e já estava quase desistindo de achar ÒSÓÒSÌ; de tanto que já havia caminhado, mas eis que apareceu um Faisão em minha frente.
Era, sem dúvidas, um belo animal.
O belo animal, então, transformou-se em um grande e forte homem negro.
Era ÒSÓÒSÌ; e Ele me pediu para entrar mais fundo na floresta, procurando por ÒSÓNYÌN, o senhor das EWÈ.
Achei ÒSÓNYÌN, e Ele me falou para ir procurar OBÀLÙWÀIYÉ o rei e senhor da terra árida no ILÉ IKÙ, e, Este por sua vez mandou-me procurar a Rainha dos Ventos no majestoso bambuzal que havia bem próximo donde eu estava. .
Encontrei OYA, e Ela pediu-me para ir até a montanha mais alta daquela floresta, procurar porSÀNGÓ, seu marido o grande rei de OYO, que soltava fogo pela boca e eterno defensor da justiça.
Chegando à montanha,SÀNGÓ veio ao meu encontro e assim guiou-me até um maravilhoso rio com sua exuberante cachoeira, onde, segundo Ele, eu encontraria outros cinco ÒRÌSÀ que poderiam me ajudar.
Diante das águas cristalinas e doces, encontrei OBÀ no rio com seu escudo e sua espada, sempre protegendo o lado de seu rosto aonde falta uma das suas orelhas.
Encontrei também na cachoeira ÒSÚN, que é a mãe das águas doces com seus adornos de ouro, junto com seu filho o príncipe LÒGÚN ODE e ÓSÙMÀRÈ no céu.
Também, encontrei YEWÀ na beira da lagoa aonde o sol iluminava com seus rios todo o lugar.
Eles me pediram para ir procurar pela maior e mais velha árvore na floresta.
Lá fui eu novamente, entrando pela floresta, mas dessa vez à procura de ÌROKÓ.
Deparei-me, então, com a árvore mais frondosa de todas e moradia dos antepassados,
ÌROKÓ mandou-me ir para a praia, a procurar por YEMONJA.
Ele também me disse que, por mais cansada que eu estivesse minha jornada estava no fim.
Caminhei e caminhei, até chegar à beira do mar com suas areias brancas, as ondas estavam calmas e às vezes fortes em seu ir e vir para banhar a areia, quando vi a Mãe dos filhos peixes YEMONJA.
Ela pediu-me para que eu fosse até o pântano e procurar pela anciã que vestia roxo.
Fui até o pântano, aonde NÀNÁ veio me acolher, Ela então me disse para eu ir até o reino de IFÓN, que ficava depois dos campos brancos de ÒSOGIÁN.
Saí do pântano, e estava passando pelos campos de ÒSOGIÁN, quando Ele surgiu em minha frente.
Sua altivez e bravura assustaram-me, mas Ele me disse que não havia nada a temer, e que Ele me guiaria até eu chegar ao que eu estava procurando.
Junto com ÒSOGIÁN, fui até o reino de IFÒN.
Chegando ao portão daquele grande reino, ÒSOGIÁN me falou para que eu fosse até os jardins mais belos do reino, que eu seria guiado por ÌBEJÌ até o castelo de ÒSÀLÚFÓN.
Andando pelas ruas do reino e o que vi deixou-me encantada, pessoas vivendo com prosperidade, amor, saúde, harmonia e muita felicidade.
Chegando aos jardins do reino, dois meninos vieram me recepcionar.
Antes que eu pudesse desviar, um pedaço de bolo me atingiu bem no rosto.
Estes meninos ajudaram-me a limpar meu rosto, e, em seguida conduziram-me até o castelo de ÒRÌSÀNLÁ.
O velho Senhor ÒRÌSÀ Fun Fun, estava sentado em seu trono branco, rodeado por todos os ÒRÌSÀ pelos quais eu havia passado.
Vendo-os ali eu fiquei brava e disse:
“Se Todos já estão aqui, por que não me trouxeram direto para cá? Por que me fizeram andar tanto, me cansar de tanto procurar, se podiam trazer-me aqui rápido?”.
ÉSÙ de prontidão, me respondeu:
“Ora, e quem disse que sua vida seria fácil? Você acha que, só por sermos ÒRÌSÀ, podemos dar ou fazer tudo o que pedes facilmente para ti?”
E assim dizendo ÉSÙ soltou uma gargalhada.
– “Não fale assim com ela, LÉGÁRA, disse a bela OYA”.
-“Ela é apenas um Ser Humano”.
– “Todos eles desejam que muitas coisas aconteçam sem esforço ou merecimento, todos os seres humanos querem sempre ser mimados por Nós”.
Com a ajuda de seu OPASORO, ÒSÀLÚFÓN levantou-se e disse-me:
– “Você, minha filha, andou por todo o tipo de lugar; enfrentou o caminho de ÒGÚN, as matas de ODE e ÒSÓNYÍN a casa dos mortos de OBÀLUWÀIYÉ, os ventos de OYA, as altas montanhas de SÀNGÓ, a cachoeira de ÒSÚN e o rio de OBÁ, a chuva e o movimento do grande sábio ÓSÙMÀRÈ, foi até o reino de YEMONJA, aos pântanos de NÀNÁ, conversou com ÌROKÓ que pertence à hierarquia dos ÒRÌSÀ Fun Fun, tudo isso em busca da felicidade, Parabéns!”
Agora vou lhe mostrar aonde esta à felicidade que tanto deseja, aproxime-se, por favor.
Aproximei-me daquele senhor velho e franzino, vestido todo de branco, com seu ALÀADÉ de contas brancas reluzentes, e, decorado com vários ÌGBÍN.
Assim que me aproximei o suficiente, ÒSÀLÚFÓN ergueu seu OPASORO e disse-me:
– “A felicidade que você tanto procurou e quer esteve sempre contigo o tempo todo, minha filha”.
-“Ela esta dentro de você mesma, em seu ORÍ.”.
OBÀTÁLÁ apontando o seu OPASORO para o lado esquerdo de meu peito falou novamente: ”Aqui estou contigo, todos Nós estamos contigo, mas para isto aconteça precisamos de sua FÉ, RESPEITO, DEDICAÇÃO, COMPREENÇÃO, CARINHO E AMOR”
Kì OYA súre fun olorí ré.
Ìyá Angela ty OYA
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