quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Em grego, a palavra religião significa "religar".


Entende-se daí que a humanidade, nascida e criada a partir de Deus, num determinado momento se distancia dele e, para que haja esse retorno, é preciso que surja um elemento de ligação, e este elemento é a religião.

Devemos lembrar que, independente do contexto histórico, a maioria das religiões busca fazer as pazes entre Deus e os homens, seja através da purificação dos pecados (judaísmo, islamismo, cristianismo), seja através busca por se tornar homens e mulheres melhores (a maioria das outras tradições religiosas).

Ifá, nesta perspectiva, e sendo uma das mais antigas tradições religiosas do mundo, entende que o ser humano só vai se encontrar com Deus (Olófin), quando ele se encontrar consigo mesmo. 

Para isso é fundamental que ele - ser humano - busque se conhecer, busque saber quem é e, uma vez sabendo, entenda o que lhe é positivo (Irê) e o que lhe é negativo (Osogbo), para que possa caminhar bem sobre a terra até que seus dias cheguem ao fim.

Esta dimensão da busca por si mesmo, também é encontrada em quase todas as religiões do mundo, mas o elemento essencial que Ifá nos traz é que, mesmo sendo também ele (Ifá), um segmento religioso, ele não exige de ninguém (à exceção de seus sacerdotes conhecidos como Babalawôs), nenhum tipo de exclusividade, pois não é uma religião que busca adeptos, mas sim, propagar as verdades de Orunmila para que cada indivíduo possa se conhecer melhor.

Assim, Ifá não traz embutido em si nenhum conceito de salvação a não ser aquele que, quem se salva é o próprio sujeito. 

Deus/Olófin lhe dá seu destino sobre a terra, mas também lhe dá o livre arbítrio para escolher viver o melhor ou o pior daquele destino.

Este destino, também chamado de Odu, é, com certeza um dos elementos mais fascinantes, senão o mais essencial da dimensão ontológica de Ifá.

Vale à pena parar e refletir um pouco sobre Ifá, discutir um pouco, se livrar de preconceitos, tirar dúvidas e compreender o quanto Ifá pode ser essencial para a prática religiosa de quem quer que seja. Basta apenas que se queira.

Iboru, Iboya, Ibosheshe

Marcio Alexandre
Awô Ni Orunmila Ogbe Ate Ifa Irawô

 ONDE NASCEU ORULA
Orumila ou Orula, como muitos dizem, é a uma Divindade.
Nasceu depois que Ananagu amaldiçoou a humanidade por ele não ter nenhum filho varão.

Com Orula nasceu o dom da adivinhação. Este poder foi dado à Ele diretamente por Olófin, para que a maldição lançada por Obatalá não fosse cumprida. O odú onde nasceu Orula é Ofun Mafun. Neste Odú ocorre o nascimento dos fenômenos naturais, bem como a maldição. Nasce também Ananagu (Olofin).

O culto de Ifá é o sistema de Oráculo mais organizado dos Yorubas.

Investigar a origem histórica do culto é uma tarefa fácil se aplicada a teoria que existem uma relação muito intima entre as Religiões Yorubas, e as dos Antigos Egípcios.

Há registros que o Oráculo completo de IFA, já constava na Biblioteca do Antigo Egito.

Muitas das relações que constatamos entre as Religiões Yorubas e Egípcia são indiscutivelmente relíquias da fé Osíria.

Esta relação está marcada também pela chegada do Oráculo de IFA em terra de Ifé, por um sábio chamado Orumila proviniente daquelas terras, que ensinou à um nativo a arte da adivinhação.

A sabedoria da Farmacologia, da Medicina, das Tradições e costumes do seu Povo, também foram legados, como um meio de salvar a humanidade.
O poder da adivinhação ficou assim determinado e entregue aos Babalawos.
Assim nasceu o Babalawo.

A sabedoria de Orumila pode chegar à todos os homens, porém o poder da adivinhação é legado somente aos que nascem para ser Babalawos.



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