Publicado: November 06, 2007
Autor : Jose Almeida
Hoje gostava de falar-vos de um tema que me apaixona.
A intuição.
Este tema tem sido alvo de muita tinta. No entanto, a maioria dos autores que conheço tem a tendência a complicar a forma como trabalhamos com a intuição.
A intuição pode ser um aliado preciso no suporte à decisão.
Seja nas vendas, seja na gestão, seja a nível pessoal, ignorar a nossa intuição é muitas vezes ignorar centenas de horas, dias, semanas, meses de experiência acumulada pelo nosso cérebro.
Mas ao fim ao cabo o que é a intuição ?
Se quiserem uma abordagem mais prática e com a qual quase todos conseguimos lidar, a intuição é a soma de toda a experiência de vida "consciente" ou "inconsciente" que temos acumulada no nosso cérebro.
O cérebro humano capta cerca de 2 a 3 milhões de estímulos, visuais, auditivos e sensitivos por minuto.
Tudo aquilo que está à vossa volta é captado pelo Vosso cérebro, sem descanso.
O problema é que se o nosso cérebro analisasse e desse importância a todos estes estímulos ao mesmo tempo, provavelmente entraria em colapso.
Então, por uma questão de defesa, o nosso cérebro tem tendência a focar-se somente nos estímulos que necessita para a tarefa que esteja a decorrer no momento.
No entanto, tudo o resto é captado e registado mas não está acessível de uma forma consciente.
O nosso inconsciente, que nunca dorme, tem acesso a tudo o que temos dentro em termos de memória, tenha ela sido captada de forma consciente ou inconsciente.
Para explicar a intuição, temos de lhe juntar outro factor.
Uma das maiores necessidades do ser humano e do seu subconsciente é a necessidade de congruência.
Passamos a vida a analisar padrões de congruência e incongruência.
Imagine agora que está perante um problema
Quantas vezes é que já achou, por intuição, que determinada situação iria correr bem e acabou por correr ?
Isto acontece-nos todos os dias, várias vezes ao dia até.
O que se passa é que perante determinada situação o nosso subconsciente analisa um padrão que está a decorrer à nossa frente.
Com esse padrão em memória, começa a procurar padrões idênticos na nossa experiência de vida "consciente" ou "inconsciente".
E começa a notar que em 1980, 2001, 2002, 2003 e 2007, aconteceu um padrão semelhante e que cada vez que este padrão ocorreu, a situação em questão correu bem.
O que é que ele faz a seguir ?
Avisa-nos.
O problema é que ele não fala por palavras, fala por sensações.
E normalmente à boca do estômago.
Porquê aqui ?
Porque é um dos sítios onde existe o maior número de terminações nervosas do corpo humano.
Ao comunicar, temos normalmente aquela sensação de aperto no estômago que tantas vezes nos acompanha no dia-a-dia.
É precisamente a estas sensações que temos de começar a dar importância e a integrar no nosso processo de decisão.
O problema é que por vezes somos tão rápidos a pensar e decidir que nem sequer paramos para ouvir o nosso corpo.
Um dos exercícios que frequentemente faço para trabalhar com a intuição é parar e perguntar-me mentalmente:
"O que é que achas, vai correr bem ?"
E depois escutar qual a reacção do nosso corpo.
Com um pouco de prática conseguimos chegar a excelentes resultados.
Lembrem-se, apenas usamos 10% da nossa capacidade do cérebro.
O que é que acha, que acontece com os outros 90%?
Quer descobrir ?
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