CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

CASA PODEROSA DOS FILHOS DE YEMANJÁ

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Fevereiro o mês de Yemanjá ( Cozinha ritualística de Yemanjá )





Cozinha ritualística



Canjica branca: Ebô !


Canjica branca cozida, leite de coco:
Colocar a canjica em tigela de louça branca, despejando mel por cima, e uvas brancas, se desejar.












Canjica Cozida:  Ebôyá !
Refogada com azeite de dendê, cebola e camarão seco.







Manjar do Céu: Manjarê !
Leite, maizena, leite de coco, açúcar










Sagu com leite de coco:





Colocar o sagu de molho em água pura de modo a inchar, depois de inchado, retirar a água e levar ao fogo com leite de coco, de modo a fazer um mingau bem grosso, colocar em tigela de louça branca.



Fevereiro o mês de Yemanjá ( comemoração á Yemanjá )



                                              Seu nome significa a mãe dos filhos-peixe.

Originária do rio ogum, em abeokutá, nigéria, tem seus domínios nas profundezas das águas, de onde emerge para atender seus devotos, principalmente as mulheres que atribuem a elas poderes que favorecem a fertilidade e a fecundidade.

É maternal, sempre pronta para amamentar as crianças sob seu domínio.


Mas também sabe ser delicada, mantendo-se de espada em punho para defender seus filhos.






Arquétipos:

São autoritários e persistentes em relação aos filhos, são preocupados, responsáveis e decididos. São amigos e protetores e chegam as vezes, quando mulheres, a se comportarem como super mães. São agressivos e até traiçoeiros, quando a segurança dos filhos e da família está em jogo;'são faladores, não gostam da solidão.



Lendas:

Filha de Olokun, deusa do mar, Iyemojá era casada com Olofin Odudwuá com quem tinha dez filhos orixás. Por amamentá-los, ficou com seios enormes. Impaciente e cansada de morar na cidade de ifé, ela saiu em rumo oeste, e conheceu o rei okerê; logo se apaixonaram e casaram-se. Envergonhada de seus seios, yemanjá pediu ao esposo que nunca a ridiculariza-se por isso. Ele concordou; porem, um dia, embriagou-se e começou a gracejar sobre os enormes seios da esposa. Entristecida, Iyemoja fugiu.

Desde menina, trazia num pote uma poção, que o pai lhe dera para casos de perigo. Durante a fuga, yemanjá caiu quebrando o pote' a poção transformou-a num rio cujo leito seguia em direção ao mar.

Ante o ocorrido, okerê, que não queria perder a esposa, transformou-se numa montanha para barrar o curso das águas. Yemanjá pediu ajuda ao filho xangô, e este, com um raio, partiu a montanha no meio; o rio seguiu para o oceano e, dessa forma, a orixá tornou-se a rainha do mar.



Yemoja, cujo o nome deriva de Yeye omo ejá, "Mãe cujos filhos são peixes", é o Orisa dos Egbás, uma nação yorubá estabelecida outrora na região de Ibadan, onde existe ainda o rio Iyemonja. As guerras entre nações yorubáslevaram os Egbás a emigrar, em direção oeste, para Abeokutá, no inicio do século XIX. Evidentemente, não lhes foi possível carregar o rio, mas, em contrapartida, transportaram consigo objetos os sagrados, suportes do Asé da divindade, e o rio Ògún, que atravessa a região, tornou-se a partir de então, a nova morada de Iyemoja.




Este rio Ògún, entretanto, não deve ser confundido com Ògún, o deus do ferro e dos ferreiros, contrariamente à opinião de numerosos autores que escrevem sobre o assunto no século passado. Estes mesmo autores publicaram, a partir de 1884, copiando-se uns aos outros, uma série de lendas escabrosas e extravagantes que fizeram a delícia dos " meios eruditos", mas que eram completamente desconhecidos nos meios tradicionais.

O templo principal de Iyemoja fica em Ibará, bairro da cidade de Abeokutá. Os fiéis desta divindade vão procurar, todos os anos, a água sagrada para levar os Axés, suportes de seu poder, não no rio Ògún, mas na fonte de um de seus afluentes, chamado Lakasa. Esta água, recolhida em jarras, é trazida em procissão para seu templo.

Iyemoja seria a filha de Olokun, deus ( em Benin e em Lagos) ou deusa ( em Ifé) do mar. Em certa lenda, ela aparece casada pela primeira vez com Orunmila, senhor das adivinhações, depois com Olofin-Ododúa, Rei de Ifé, com o qual teve dez filhos cujas atividades bastante diversificadas e cujos nome enigmáticos parecem corresponder a outros tantos Òrìsàs. Dois dentre eles são facilmente identificados: "O arco-iris-que-desloca-com-a-chuva-e-guarda-o-fogo-nos-seus-punhos" e "O trovão-que-se-desloca-com-a-chuva-e-revela-seus-segredos". Estas denominações representam, respectivamente, Oxumarê e Xangô.

Yemonja, cansada de sua permanência em Ifé, foge mais tarde em direção ao oeste. Olokun que havia dado, autrora, por medida de precaução, uma garrafa contendo um preparado, pois "não-se-sabe-jamais-o-que-pode-acontecer-amanhã"; recomendara-lhe que a quebrasse no chão em caso de perigo. E assim, Yemanjá foi se instalar na "Noite-da-Terra", à este, em Abeokutá, "ilusão à migração dos Egbás". Olofin-Ododúa, rei de Ifé, lançou seu exercito em procura de Yemonja. Esta, cercada, em vez de se deixar prender e ser conduzida de volta a Ifé, quebrou a garrafa, segundo as instruções recebidas. Um rio criou-se na mesma hora, levando-a para Okun, o mar, lugar de residência de Olokun.



domingo, 27 de fevereiro de 2011

Fevereiro o mês de Yemanjá ( Algumas preceitos sobre filiação de Orixá )




Antes de você começar a ler sobre os orixás, quero realçar que ninguém é filho de um só orixá, nem filho de todos como alguns apregoam.

Todos nós recebemos vibrações de todos os orixás, mas seguindo uma escala de importância ou influência que tenha na cabeça ou no corpo do indivíduo.

O primeiro ori é chamado "elégùm" tem 60% à 80 % da influência e o segundo o " juntó " é responsável por 20 % a 40 %.



Embora não seja regra absoluta, geralmente na cabeça de um homem, virá primeiro um orixá masculino [energia + ] e, em segundo lugar, um orixá feminino [energia - ], fazendo o equilíbrio.

Já com as mulheres se dará o inverso, vindo primeiro um orixá feminino e após, em segundo plano um masculino



Fevereiro o mês de Yemanjá ( Evocação á Yemanjá )



IYEMONJÀ

Iyemonjá wá abó a yò (Venha Yemonjá nos trazer felicidade e amparo)
Iyemonjá wá abó a yò (Venha Yemonjá nos trazer felicidade e amparo)



* Iemanjá


Iemanjá


Embora sendo um Orixá feminino, Iemanjá possui o vigor de um homem e, nas Américas é a divindade das águas salgadas.




Este Orixá é natural de Abeokutá, na Nigéria, local onde seu culto prolifera com muita intensidade, mas seus principais seguidores são os naturais de Egbado localidade cuja rainha é Okoto, também conhecida como Osá.


Seu principal templo está localizado em Ibará, bairro de Abeokutá e, embora seja cultuada no rio Ògùn, seus seguidores vão, anualmente, recolher água para lavar os seus axés, numa fonte de um afluente denominado rio Lakaxa.



Iemanjá seria tão velha quanto Obatalá e tão poderosa quanto ele.


É filha de Olóòkun que em Benin é considerado como um deus e em Ifé como uma deusa, cujo reino são os oceanos.


Teria sido casada com Orunmilá e depois com Olófin, de quem gerou dez filhos, cujos nomes enigmáticos fazem crer que sejam os outros Orixás.



Conta uma lenda que Iemanjá, cansada de viver em Ifé, seguiu em direção ao Oeste indo instalar-se no "por do sol". Inconformado com o abandono Olófin mandou seu exército à sua procura.


Cercada pela tropa, Iemanjá, ao invés de se deixar prender, quebrou um frasco contendo um líquido mágico que lhe havia dado seu pai Olokun, o que fez com que surgisse ali mesmo. Um caudaloso rio, cujas águas a levaram até o oceano, local de residência de seu pai.



Por seu caráter intempestivo, Iemanjá perdeu a hegemonia do mundo terrestre assumindo, desde então, domínio sobre a orla marítima em cujo movimento hora calmo, hora agitado e revolto, tem representada a sua personalidade inconstante.



Seu nome em yoruba, Yéyé Omo Ejá (Iyemonjá), significa : "Mãe de Filhos Inúmeros Como os Peixes", ou simplesmente "Mãe de Filhos Peixes", ressalta, sobremaneira, seu instinto maternal, uma vez que assume como filhos todos os seres humanos, independente de quais sejam os seus Olori.



Isto está exemplificado num Itan Ifá que descreve a forma como Iemanjá assume a maternidade de Omolú, filho legítimo de Nanã, desprezado pela própria mãe por ser portador de lepra.



Iemanjá representa, portanto, o instinto maternal, assumindo, de muito boa vontade todos os seres humanos como filhos bastando, para tanto, que se recorra aos seus préstimos e que se solicite sua proteção.


Nas Américas, no entanto, onde seu culto é grandemente difundido, recebe oferendas nas águas do mar. Sua saudação mais comum é "Odo Iyá!" que significa "Mãe do Rio".


Outras formas de saudá-la, utilizadas no Brasil são: "Erú Iyá!" e "Odo fé Iyagbá!" sendo que esta última saudação, muito utilizada nos ritos de Umbanda, significa: "Amada Senhora do Rio".




Aspectos Gerais

Dia: Sábado

Data: 02 de fevereiro

Metal: Prata e Prateados.

Pedra: Água marinha.

Cor: Branco, criatal, azul e rosa

Comida: Ebô de milho branco e camarão seco, manjar branco com leite de coco e açúcar, acaçá, peixe de água salgada, bolo de arroz e mamão.

Símbolo: Abebé prateado.

Elementos: águas doces que correm para o mar, águas do mar

Região da África: Egbà e Abeokunta

Pedras: cristal e água marinha

Folhas: pata-de-vaca, umbaúba, mentrasto

Odú que rege: Irosun e Osá.

Domínios: maternidade (educação), saúde mental e psicológica

Saudação: Erù-Iyá, Odó Iyá !!
A saudação Odô Iyá de Iemanjá pode ser traduzida como Mãe do rio, já Erú Iyá pode ser traduzida como Mãe das Ondas.





Yemonja àwa
Ààbò a yó
Yemonja
Àwa ààbò a yó
Iemanjá protege-nos e nos enche de
satisfação.
È Iemanjá , estamos protegidos,
e nossa satisfação é completa.



Ìyààgbà ó dé iré sé
A kíì e Yemonja
A koko pè ilé gbè a ó yó
Odò ó fi a sà
Wè rè ó


A velha mãe chegou fazendo-nos felizes, nos cumprimentamos Iemanjá.
A primeira que chamamos para abençoar nossa casa e dar satisfação.
Usar seu rio que escolhemos para nos banharmos,
pois o rio que escolhemos
é o rio que usas para seu banho.

A sà wè lé ó
Odò fi ó
A sà Wé lé ó
A sà Wè lé ó


Nós escolhemos nos banharmos
em nossa casa.
Ela costuma escolher
banhar-se no seu rio.
Ìyá kòròba
Kòròba ní sàbá
Ìyá kòròba
Kòròba ní sàbá
Mãe que enfeita os cabelos dividindo-os
no meio da cabeça, ela tem o hábito de
enfeitar os cabelos dividindo-os no meio
da cabeça.

Oríkì fún Yemonjá
Igberi de Ogun Asaba
Ogun yakun ela esan
Olimo
Ogun iya kere Oniro
Asesu
Ogun onyon de Ayifo
Opeki de Ofiki
Ibu gba nyanri
Alaro de Ibu
Olosun
Ogaga Yeye


Oríkì para Yemonjá

Ogun Asaba (rio)
Rio de Ogun em nove partes
Dono da folha de palma
Rio de Ogun, mãe pequena de Oniro,
Asesu
(Um caminho de Yemoja)
Ogun Ayifo Rio que tem peitos
Fluxo que leva areia
Fluxo índigo
Barcos fluem
Mãe Ogaga



Oríkì fún Iemanjá

Yemoja atara magba
(Elogie nome)
Ayaba ti gbe ibu omi
Rainha que vive nas profundidades da água
Yemoja igbe di oju ona
Yemoja alisa arbusto em caminho-superfícies
Yemoja em je oti pagogo oju akagba
Yemoja se inclina em na beira-mar, enquanto tomando um gole de efervescência
Um gbo ni se oba ma kase
Ela espera sentado, até mesmo na presença de um rei.
Yemoja um wo'lu de iji de lobi
Elevações de Yemoja, remoinho quando tornado entra no país;
Um pekoro yi ilu kaa
Ela muda a cidade
Awoyo, Awoyo je'le je l'odo,
Awoyo, Yemoja come na casa como também no rio
Iya olo oyon oruba
Mãe de peitos chorões
Ela cultivou uma moita sobre o negócio privado dela
Obo de Abi ni orun bi egbe isu divertido
E está apertado como um inhame secado
Onilaiye de Okun um bi de enia de san
Rainha fundo-inchando do mundo, ela cura como medicamento;
Olokun de Arugbo
Dono de mulher mais velho do mar
Fere obirin aji fon ni lara oba
Flauta-menina que toca para o despertar de reis
Obirin pepe li gba eni gbe ilekile
Mulher que suavemente agüenta o nadador para descansar em algum lugar
Ko je dahun ni ile
Ela não deseja responder em terra
Oju omi ni je ni koro
Ela fez isto depressa à superfície da água



ISURE ÒRÌSÀ YEMONJÁ
IBA YEYE OMO EJA
YEMONJA OOO,
WA GBO EBE MI,
IWO TI NFUN ENITI NWA OMO NI OMO,
JOWO MO PE O, FUN MI NI OMO,
SO MI DI OLORO,
YOMONJÁ, YEYE AWON EJA,
FI ABO RE BO MI,
KI IKU ATI ARUN MA WOLE
TO MI WA.
IYA MI, JOWO SO EKUN MI DA
ÀSE TI ELEDUNMARE
ELEDUNMARE ÀSE.

Yemonjá eu te saúdo
Ouça meu clamor,
Você quem dará filhos para quem quer,
Por favor me dê filhos,
Me torna próspero,
Yemonjá, mãe dos peixes me proteja com a sua proteção,
Para que a morte e doenças não entre na minha casa.
Minha mãe, favor torne os meus choros e sofrimentos em alegrias.
Axé do Senhor Supremo
Benção do Senhor Supremo.


Adura Iemanjá

Yemoja ooo,
Wa gbo ebe mi,
Iwo ti nfun eniti nwa
omo ni omo,
Jowo mo pe o, fun mi
ni omo,
So mi di oloro,
Yemoja, yeye awon eja,
fi abo re bo mi,
Ki iku, jowo so ekun mi
dayo.
Ase.


Adura de Iemanjá

Mãe Iemanjá
Ouça meu clamor,
Você quem dará filhos para
quem querem,
Por favor me dê filhos,
Me torna próspero,
Iemanja, mãe dos peixes me
proteja com a sua proteção,
Para que a morte e doenças
não entre na minha casa.
Minha mãe, favor tornar os
meus choros e sofrimentos
em alegrias.
Axé.

Fevereiro o mês de Yemanjá ( Orações á Yemanjá )



Yemonja àwa
Ààbò a yó
Yemonja
Àwa ààbò a yó

Iemanjá protege-nos e nos enche de
satisfação.
È Iemanjá , estamos protegidos,
e nossa satisfação é completa.

Ìyààgbà ó dé iré sé
A kíì e Yemonja
A koko pè ilé gbè a ó yó
Odò ó fi a sà
Wè rè ó





A velha mãe chegou fazendo-nos felizes, nos cumprimentamos Iemanjá
A primeira que chamamos para abençoar nossa casa e dar satisfação.
Usar seu rio que escolhemos para nos banharmos,
pois o rio que escolhemos
é o rio que usas para seu banho.

A sà wè lé ó
Odò fi ó
A sà Wé lé ó
A sà Wè lé ó

Nós escolhemos nos banharmos
em nossa casa.
Ela costuma escolher
banhar-se no seu rio.


Ìyá kòròba
Kòròba ní sàbá
Ìyá kòròba
Kòròba ní sàbá

Mãe que enfeita os cabelos dividindo-o
no meio da cabeça, ela tem o hábito de
enfeitar os cabelos dividindo-os no meio
da cabeça.



Oríkì fún Yemonjá

Igberi de Ogun Asaba
Ogun yakun ela esan
Olimo
Ogun iya kere Oniro
Asesu
Ogun onyon de Ayifo
Opeki de Ofiki
Ibu gba nyanri
Alaro de Ibu
Olosun
Ogaga Yeye
Oríkì para Yemonjá
Ogun Asaba (rio)
Rio de Ogun em nove partes
Dono da folha de palma
Rio de Ogun, mãe pequena de Oniro,
Asesu
(Um caminho de Yemoja)
Ogun Ayifo Rio que tem peitos
Fluxo que leva areia
Fluxo índigo
Barcos fluem
Mãe Ogaga



Oríkì fún Iemanjá

Yemoja atara magba
(Elogie nome)

Ayaba ti gbe ibu o
Rainha que vive nas profundidades da água


Yemoja igbe di oju ona
Yemoja alisa arbusto em caminho-superfícies


Yemoja em je oti pagogo oju akagba
Yemoja se inclina em na beira-mar, enquanto tomando um gole de efervescência

Um gbo ni se oba ma kase
Ela espera sentado, até mesmo na presença de um rei.

Yemoja um wo'lu de iji de lobi
Elevações de Yemoja, remoinho quando tornado entra no país;

Um pekoro yi ilu kaa
Ela muda a cidade

Awoyo, Awoyo je'le je l'odo,
Awoyo, Yemoja come na casa como também no rio

Iya olo oyon oruba
Mãe de peitos chorões

Ela cultivou uma moita sobre o negócio privado dela
Obo de Abi ni orun bi egbe isu divertido
E está apertado como um inhame secado
Onilaiye de Okun um bi de enia de sa
Rainha fundo-inchando do mundo, ela cura como medicamento;
Olokun de Arugbo
Dono de mulher mais velho do mar
Fere obirin aji fon ni lara oba
Flauta-menina que toca para o despertar de reis
Obirin pepe li gba eni gbe ilekile
Mulher que suavemente agüenta o nadador para descansar em algum lugar
Ko je dahun ni ile
Ela não deseja responder em terra
Oju omi ni je ni koro
Ela fez isto depressa à superfície da água





ISURE ÒRÌSÀ YEMONJÁ
IBA YEYE OMO EJA
YEMONJA OOO,
WA GBO EBE MI
WO TI NFUN ENITI NWA OMO NI OMO,
JOWO MO PE O, FUN MI NI OMO,
SO MI DI OLORO,
YOMONJÁ, YEYE AWON EJA,
FI ABO RE BO MI,
KI IKU ATI ARUN MA WOLE
TO MI WA.
IYA MI, JOWO SO EKUN MI DAYO
ÀSE TI ELEDUNMARE
ELEDUNMARE ÀSE.



Yemonjá eu te saúdo
Ouça meu clamor,
Você quem dará filhos para quem quer,
Por favor me dê filhos,
Me torna próspero,
Yemonjá, mãe dos peixes me proteja com a sua proteção,
Para que a morte e doenças não entre na Minha mãe, favor torne os meus choros e sofrimentos em alegrias.
Axé do Senhor Supremo
Benção do Senhor Supremo.




Adura Iemanjá

Yemoja ooo,
Wa gbo ebe mi,
Iwo ti nfun eniti nwa
omo ni omo,
Jowo mo pe o, fun mi
ni omo,
So mi di oloro,
Yemoja, yeye awon eja,
fi abo re bo mi,
Ki iku, jowo so ekun mi
dayo.
Ase.

Adura de Iemanjá
Mãe Iemanjá
Ouça meu clamor,
Você quem dará filhos para
quem querem,
Por favor me dê filhos,
Me torna próspero,
Iemanja, mãe dos peixes me
proteja com a sua proteção,
Para que a morte e doenças
não entre na minha casa.
Minha mãe, favor tornar os
meus choros e sofrimento sem alegrias.
Axé.







* Fevereiro o mês de Yemanjà ( Títulos de Yemanjá )




Seus títulos tidos como Qualidades são:






1- Iemanjá Asesú ou Susurê.
Esta Yemanjá é a dona dos patos, gansos, cisnes.
É a filha predileta de Olokun e seu poder total é obtido segundo um Itan no Odú Aláfia, Asesú rompeu todos os vínculos que a uniam à terra e, por este motivo ficou desmemoriada.



2- Iemanjá Ogun se divide em 3:

a) Iemanjá Ogun Té. 
Esta é a mais guerreira de todas, vive com Ogun em campanhas de guerra.


b) Iemanjá Ogun Ajipo.
Esta Yemanjá vive no rio e possui seios enormes.
É irmã de Ogun Té, guerreira e valente.
É ela quem proporciona, às mulheres maduras, a possibilidade de gerarem filhos.


c) Iemanjá Ogun Asomi. Outra irmã de Ogun Té.
Possui, como suas irmãs, caráter guerreiro e combativo.
Costuma portar duas espadas ou facões de lâminas longas.
Habita a superfície dos mares mas pode também ser encontrada nos pântanos próximos do mar.
É oriunda da terra arará e companheira de Azawani.



3-Iemanjá Iyá Masemalê ou Yamassê.
Esta é a mãe de Xangô.
Leva uma coroa totalmente revestida de búzios que lhe encobre parcialmente o rosto.
Esta Yemanjá é portadora de um grande mistério que está relacionado à sua ligação com a ancestralidade feminina Iyá Mi Osorongá.



4-Iemanjá Olosá também conhecida como Aynu se divide em 9:

a) Iemanjá Ibu Okoto.
Seu nome significa: "A que vive entre as conchas".
Representa um "mar de sangue" , preside as batalhas navais provocando aí, derramamento de sangue e morte por afogamento.


b) Iemanjá Ibu Olejo.
É irmã de Ibu Okoto e natural de Ayetaro.
Come codorna e vive dentro de uma sopeira onde se coloca 21 conchas do mar.


c) Iemanjá Ibu Iyelowo.
Esta Yemanjá é a dona de todo os tesouros que se encontram dentro do mar.
Na sua sopeira tem que ter sempre água do mar cobrindo o otá, água esta que deve ser renovada a cada sete dias.


d) Iemanjá Ibu Inã. Esta é a senhora das disputas.
É mãe de Oxóssi e de Inle.
Avarenta e arrogante.
Come pargo e cabrito.


e) Iemanjá Ibu Agana. Esta Yemanjá foi mulher de Orixaoko e seu nome significa "A furiosa" ou ainda
"A Louca".
É muito bela, mas possui sete caroços na barriga e uma de suas pernas é mais fina que a outra.
Filha direta de Olofin e esposa de Olokun, habita tão somente nas profundezas do Oceano, não gostando das superfícies.


f) Iemanjá Ibu Yabani.
Seu assentamento leva uma cabeça de madeira onde se introduzem diversos axés.


g) Iemanjá Ibu Nodo.
Esta Yemanjá vive nos rios.
É muito bela e bondosa.
Adora comer codornas.


h) Iemanjá Ibu Alaro.
É a dona do uáji e do anil.
No seu igbá não podem faltar sete anzóis e sete espadas.
Sua cor é o azul-anil.


i) Iemanjá Ibu Akikoni.
É aquela que, quanto está zangada, faz todo o mundo tremer.
Vive na crista das ondas.





5-Iemanjá Asabá .
Esta Yemanjá não pode ser olhada nos olhos.
Foi mulher de Orunmilá que a expulsou por haver teimado em usar seus instrumentos de adivinhação.
É altiva e perigosa.
Usa sempre uma corrente de prata no tornozelo.




6-Iemanjá Yemowo.
Que teria sido mulher de Oxalá.
Esta Yemanjá é a dona de todo os tesouros que se encontram dentro do mar.




7-Iemanjá Mayelewo ou Okunjima.
Esta Yemanjá vive no meio do mar controlando as correntes marinhas.
Seu nome significa; "A que se interessa pelo dinheiro e pelo comércio".
Não encara ninguém de frente, olha sempre de lado.
Teria sido ela quem tingiu de azul as águas dos oceanos, contando, para isto, com a ajuda de Asesú.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Fevereiro o mês de Yemanjá ( Lenda do rapto de Yemanjá )




Certa manhã, Yemanjá com um imenso séqüito, passeava pelas areias da praia, quando um imenso buraco se abriu a seus pés e a tragou para seu interior.


Foi tudo tão rápido que ninguém pode fazer nada.


A fenda se fechou como se ali nada jamais houvesse acontecido.


Os escravos desesperaram-se, como contar ao rei o sucedido? Certamente seriam mortos sem piedade. Não havia quem não conhecesse a fúria real. Pensando dessa forma todos fugiram e nunca mais apareceram para testemunhar o ocorrido.


Enquanto isso nas profundezas da terra Exu desvelava-se em carinho e atenção para ganhar o amor de Yemanjá.

Desesperado com o sumiço da filha o velho rei foi procurar um Babalaô que lhe contou exatamente o que tinha acontecido e o aconselhou a procurar por Yansan, jovem guerreira que nada temia e por sua rara beleza poderia granjear a simpatia de Exu.


Yansan foi chamada e prontificou-se a buscar a jovem.

Providenciou uma oferenda a Ifá, pedindo proteção e força e partiu para o resgate. Depois de muito andar sentiu sob os pés a quentura que denunciava a presença do seqüestrador. Brandiu sua espada no ar, chamando os raios de seu domínio, e enfiou-a na terra com toda a força. Uma cratera se formou e a guerreira foi descendo lentamente. Logo avistou a bela moça sentada a um canto chorando copiosamente.



A seu lado Exu afagava-lhe os longos cabelos fazendo juras de amor eterno. - Vim buscar a princesa! - Seu tom de voz não deixava dúvidas, viera disposta a tudo. - Como ousa invadir meu reino e ainda por cima ditar-me ordens? - Exu gritava descontrolado - Minha princesa daqui não sai! - Apontou para os pés de Yansan e um circulo de fogo se formou em torno dela impedindo seu avanço. - Não discutirei com você, peço a intercessão de Orunmilá, para cumprir a missão para a qual fui incumbida! Raios começaram a se espalhar por todo o espaço, uma ventania muito forte envolveu o corpo de Yansan, que assim chegou perto da moça que a tudo assistia perplexa.


O homem foi jogado contra uma parede atingido pela violência do vento. Um redemoinho as envolveu transportando-as para o reino de Olokun.



O mar se abriu dando passagem para o pequeno tufão cavalgado por Yansan.


Dos olhos do rei correram lágrimas de alegria e gratidão quando avistou em meio ao tormento o rosto da querida filha. Yemanjá e Yansan tornaram-se amigas pela eternidade.


Exu ainda está no interior da terra, algumas vezes chora por uma e pragueja contra a outra. Hoje muitos Terreiros cantam que em pleno mar havia duas ventarolas. É a essa história que se referem!




Fonte: Shvoong / Humanities

Imagem: Static



Fevereiro o mês de Yemanjá ( Yemanjá era a filha de Olokun, a Deusa do Mar )





Yemanjá era a filha de Olokun, a Deusa do Mar.


Em Ifé, ela tornou-se a esposa de Olofin-Odudua, com o qual teve dez filhos.


Estas crianças receberam nomes simbólicos e todos tornaram-se Orixás.

Um deles foi chamado Oxumaré, o Arco-Íris, “aquele-que-se desloca-com-a-chuva-e-revela-seus-segredos.”


De tanto amamentar seus filhos, os seios de Yemanjá tornaram-se imensos.


Cansada da sua estadia em Ifé, Yemanjá fugiu na direção do “entardecer-da-terra”, como os Yorubas designam o Oeste, chegando a Abeokutá. Ao norte de Abeokutá, vivia Okere, rei de Xaki.


Yemanjá continuava muito bonita. Okere desejou-a e propôs-lhe casamento.

Yemanjá aceitou mas, impondo uma condição, disse-lhe: “Jamais você ridicularizará da imensidão dos meus seios.” Okere, gentil e polido, tratava Yemanjá com consideração e respeito.

Mas, um dia, ele bebeu vinho de palma em excesso. Voltou para casa bêbado e titubeante. Ele não sabia mais o que fazia. Ele não sabia mais o que dizia, tropeçando em Yemanjá. Esta chamou-o de bêbado e imprestável. Okere, vexado, gritou:

“Você, com seus seios compridos e balançantes! Você, com seus seios grandes e trêmulos!” Yemanjá, ofendida, fugiu em disparada. Certa vez, antes do seu primeiro casamento, Yemanjá recebera de sua mãe, Olokun, uma garrafa contendo uma poção mágica pois, dissera-lhe esta: “Nunca se sabe o que pode acontecer amanhã.

Em caso de necessidade, quebre a garrafa, jogando-a no chão.” Em sua fuga, Yemanjá tropeçou e caiu. A garrafa quebrou-se e dela nasceu um rio.

As águas tumultuadas deste rio levaram Yemanjá em direção ao oceano, residência de sua mãe Olokun. Okere, contrariado, queria impedir a fuga de sua mulher.

Querendo barrar-lhe o caminho, ele transformou-se numa colina, chamada ainda hoje, Okere, e colocou-se no seu caminho. Yemanjá quis passar pela direita, Okere deslocou-se para a direita. Yemanjá quis passar pela esquerda, Okere deslocou-se para a esquerda.

Yemanjá, vendo assim bloqueado seu caminho para a casa materna, chamou Xangô, o mais poderoso dos seus filhos. Kawo Kabiyesi Sango, Kawo Kabiyesi Obá Kossô!

“Saudemos o Rei Xangô, saudemos o Rei de Kossô!”

Xangô veio com dignidade e seguro do seu poder. Ele pediu uma oferenda de um carneiro e quatro galos, um prato de “amalá”, preparado com farinha de inhame, e um prato de “gbeguiri”, feito com feijão e cebola. E declarou que, no dia seguinte, Yemanjá encontraria por onde passar. Nesse dia, Xangô desfez todos os nós que prendiam as amarras da chuva. Começaram a aparecer nuvens dos lados da manhã e da tarde do dia.

Começaram a aparecer nuvens da direita e da esquerda do dia. Quando todas elas estavam reunidas, chegou Xangô com seu raio. Ouviu-se então: Kakará rá rá rá...

Ele havia lançado seu raio sobre a colina Okere. Ela abriu-se em duas e, suichchchch...

Yemanjá foi-se para o mar de sua mãe Olokun. Aí ficou e recusa-se, desde então, a voltar em terra. Seus filhos chamam-na e saúdam-na: “Odô Iyá, a Mãe do rio, ela não volta mais. Yemanjá, a rainha das águas, que usa roupas cobertas de pérolas.”

Ela tem filhos no mundo inteiro. Yemanjá está em todo lugar onde o mar vem bater-se com suas ondas espumantes. Seus filhos fazem oferendas para acalmá-la e agradá-la:



Odô Iyá

Yemanjá

Ataramagbá

Ajejê lodô! Ajejê nilê!

Mãe das águas

Yemanjá

Que estendeu-se ao longe na amplidão

Paz nas águas!

Paz na casa!

Lendas Africanas dos Orixás - Pierre Fatumbi Verger/Caribé - Editora Corrupio

Fevereiro o mês de Yemanjá ( Lenda de Yemanjá )




Yemanjá teve muitos problemas com os filhos.


Ossain, o mago, saiu de casa muito jovem e foi viver na mata virgem estudando as plantas.




Contra os conselhos da mãe, Oxossi bebeu uma poção dada por Ossain e, enfeitiçado, foi viver com ele no mato. Passado o efeito da poção, ele voltou para casa mas Yemanjá, irritada, expulsou-o.





Então Ogum a censurou por tratar mal o irmão.






Desesperada por estar em conflito com os três filhos, Yemanjá chorou tanto que se derreteu e formou um rio que correu para o mar.

“Iemanjá - A Grande Mãe Africana do Brasil”



“Iemanjá - A Grande Mãe Africana do Brasil”


O autor pesquisou como não-iniciados e iniciados assimilam este Orixá na cultura popular laica e nas Religiões Afro-Brasileiras respectivamente


Para falar de Iemanjá, Armando Vallado concentrou-se em cinco temáticas-chave envolvendo este Orixá - inicialmente, buscou suas origens místicas na diáspora africana para o Brasil e sua variação nas diversas religiões criadas em solo brasileiro; focalizou os ritos de iniciação, seus seguidores e comportamentos nos Terreiros de Candomblé Keto; mergulhou no Candomblé, para traçar um perfil dos filhos de Iemanjá, e dos símbolos que neles transparecem; observou as festas públicas de Iemanjá, e, fechando sua análise, pesquisou como não-iniciados e iniciados assimilam este Orixá na cultura popular laica e nas Religiões Afro-Brasileiras respectivamente.


Um estudo capaz de sintetizar elementos da vida e da cultura de um povo que tem na imagem feminina a mistura de sensualidade e maternidade.




Livro: “ Iemanjá - A Grande Mãe Africana do Brasil”

Autor: Armando Vallado

Ano: 2002

Páginas: 260

Editora: Pallas

Fevereiro o mês de Yemanjá ( O Pirangueiro e as lendas do rio )



                            Monumento ao Nego D'água no rio.
                           São Francisco, obra do escultor Ledo Ivo.






Segundo o Dicionário Houais, palavra pirangueiro é derivado do tupi “pira”, peixe, e o sufixo “gueiro” foi adquirindo com o passar do tempo muitos outros significados de uso popular para definir comportamentos, costumes e situações da vida cotidiana das populações ribeirinhas.






Entardecer no rio Paraná pelos olhos de um turista prudentino.




A primeira vista, segundo o conceito ou preconceito da gente comum, pirangueiro é o sujeito pedichão, oportunista, que se faz sempre de coitado e – como diz o povo – “faz-se de besta para comer bornal cheio”. É o malandro da beira-rio, que se diz esperto e sempre se aproveita da boa fé dos outros.


Numa segunda definição, mais amena, é o aficcionado em pescaria de anzol ou é bem preparado para a pesca; é também chamado em algumas regiões de “barriga verde”. E numa terceira vista, é a pessoa que se ocupa de atividade temporária, sem profissão definida e que também é chamado de “bóia fria”. Com o tempo a palavra adquiriu aa força de verbo e “pirangar” passou a significar pedir esmolas, pedir emprestado, obter gratuitamente as coisas.


Definições lingüísticas precisas, vindas do próprio povo, conhecedor crítico e sincero do seu jeito de ser e que sabe definir como ninguém as suas próprias características. Mas a melhor de todas definições é aquela que mostra a simplicidade do pirangueiro, não como uma fraqueza ou defeito de personalidade, mas uma marca adquirida pela necessidade de sobrevivência, de proteção contra a sua condição social de pobreza e muitas vezes de miséria.


O caboclo ribeirinho do Paranazão não é diferente daquele que vive há séculos nas margens do São Francisco, do Amazonas, do Madeira ou do Tietê. Suas origens raciais e culturais são idênticas e as causas da sua condição social não diferem, senão nas particularidades locais, em quase nada aos moradores das barrancas e que sempre fizeram do rio o seu celeiro de pão e poesia.


Em texto e tese tipicamente positivistas Euclides da Cunha, em “Os Sertões” já confirmava essa origem de raça e cultura, porém lembra que o mais antigo e isolado sertanejo nordestino tinha suas raízes mais remotas no território primitivo da Capitania de São Vicente:


“Segundo o que se colhe em preciosas páginas de Pedro Taques (Nobiliarquia Paulista), foram numerosas as famílias de São Paulo que, em contínuas migrações,procuraram aqueles rincões longínquos e acredita-se, aceitando o conceito de um historiógrafo perspicaz, que o vale, que o “vale do São Francisco, já aliás muito povoado de paulistas e de seus descendentes desde o século 18, tornou-se uma colônia quase exclusiva deles”. (...) É que já se formara no vale médio do grande rio uma raça de cruzados idênticos àqueles mamelucos estrênuos que tinham nascido em São Paulo. E não demasiamos em arrojada hipótese admitindo que este tipo extraordinário do paulista, surgindo e decaindo logo no Sul, numa degeneração completa ao ponto de declinar no próprio território que lhe deu o nome, ali renascesse e, sem os perigos das migrações e do cruzamento, se conservasse prolongando, intacta,ao nosso tempo, a índole varonil e aventureira dos avós”.

Nessa descrição do povo do Vale do São Francisco, de onde, aliás, vieram os antepassados de muitos dos nossos ribeirinhos, é notória a semelhança da qual acabamos de falar:


“ No dizer de Geraldo Rocha, profundo conhecedor dos problemas do vale, o homem do São Francisco constitui "uma sub-raça, que em uma existência de mais de três séculos conservou caracteres étnicos já muito nítidos e estáveis"; a seguir, completa: "produto da entrosagem do índio e do luso, com laivos de sangue negro, o sertanejo são-franciscano ou nordestino é a perfeita encarnação do tipo bandeirante rijo, que lutou com a Natureza, devassou os sertões ínvios, dominou os selvagens, repeliu o elemento estranho". Os pioneiros que se aventuraram pelo sertão, na conquista de novas terras e em busca de riquezas, firmaram-se às margens do São Francisco através da formação de currais de gado, economicamente rentáveis, e da agricultura de subsistência. Essas zonas pastoris formadas ao longo do rio caracterizam-se por não importarem quase nada. As populações rurais, por viverem praticamente isoladas dos centros urbanos mais avançados ou pelo menos enfrentando dificuldades para manter com estes um relacionamento freqüente, desenvolvem hábitos próprios de consumo: elas centralizam suas atividades na criação de gado e exportação de peles, procurando o quanto possível a auto-suficiência por meio de uma agricultura sem objetivos de comercialização.


O que lhes causa constante preocupação é o sal, que não podem dispensar nem têm condições de produzir. Esse é o motivo por que ainda hoje o transporte de sal constitui o sustentáculo econômico de muitas embarcações, sobretudo de madeira, pois as de ferro ficam mais sujeitas à corrosão. Historicamente, portanto, a natural dificuldade de comercializar amiúde com os litorâneos desestimulou muitos dos aventureiros dos séculos passados, aos quais atraíra de início a perspectiva de fortuna fácil pelos sertões.


Como as atividades da pecuária demandavam poucos braços, os escravos acabavam sendo vendidos para os engenhos do litoral e as famílias de origem européia partiam para os cafezais do sul.Como ainda observa Geraldo Rocha, a "entrosagem racial se deu, assim, fatalmente, entre os aborígines repelidos da costa para as regiões do Nordeste e os pioneiros dos currais e da mineração com os primitivos escravos que os acompanhavam, cujos descendentes haviam conseguido a liberdade por serem filhos de índias livres". Devido às origens da formação étnica do homem sertanejo, seu linguajar apresenta influência de vocábulos indígenas, e muitas localidades tiveram início em aldeias de nativos. Exemplo disso é a cidade de Sento Sé - hoje relocada devido ao represamento de Sobradinho -, fundada em região onde se encontravam os índios centossés, à margem direita do rio. O nome aparece também grafado como Cento Sé ou Santucé, e um dicionário do império, editados em Paris no ano de 1845, que registrava o verbete Centocé, explicava tratar-se de "antiga povoação do centro da província da Bahia, creada villa com o nome de Santa-Sé”.


No decorrer da história, as precárias condições de vida dos barqueiros e demais ribeirinhos do São Francisco, o analfabetismo dominante e o espírito ingênuo característicos constituem chão fértil para o surgimento e a fixação das mais variadas crendices e superstições. Esses homens, não contando com maiores recursos para abandonarem as duras condições e vida e tendo de labutar diariamente pela própria sobrevivência, projetam seus temores na personificação de seres mitológicos. Buscam, assim, no sobrenatural a explicação mágica dos fenômenos naturais cuja causa desconhecem e criam, ao mesmo tempo, uma defesa inconsciente contra esses temores. Como conseqüência das crendices existentes deriva naturalmente a criação de práticas supersticiosas protetoras, que lhes venham confortar o espírito.


Como fenômeno social, a crendice e a superstição nas regiões do São Francisco não apresentam fundamental novidade em relação a outras épocas ou lugares; a diferença reside apenas em sua forma de manifestação, caracterizada pelo fato de alguns mitos existentes serem próprios do rio São Francisco e se relacionarem com os perigos nele encontrados pelos ribeirinhos. Muitos são os personagens mitológicos, alguns de origem indígena, que lhes povoam a imaginação: Goiajara, Anhangá, Angaí, Galo Preto, Capetinha, Cavalo d'Água, Cachorro d'Água e tantos outros. Dos mitos que habitam as águas do rio os mais conhecidos são o Bicho d´Água, a Mãe d'Água e o Minhocão.

Tais crendices têm perdurado na imaginação dos ribeirinhos até os dias de hoje. E não poucos chegaram a atribuir supersticiosamente às tradicionais carrancas do São Francisco a função de salvaguardar os barqueiros dos perigos iminentes, precavendo-os por meio de três longos gemidos. A interpretação mítica, porém, não é a mais correta para explicar as origens dessa curiosa manifestação artística do homem do São Francisco.




                                               Retrato do Pirangueiro.
                                              Piranga






O Nego D’água do São Francisco e do Paraná


Há quem afirme de viva voz que já viu aquela figurinha atarracada de cabeça grande e olho no meio da testa. O "nego d'água" que habita nos locais dos rochedos do meio do rio, como também escava suas covas na base do barranco da beira do rio, o que provoca tombamento do mesmo. Para afugentá-lo desses locais que terminava alargando o rio, os beiradeiros jogam nesse ponto cacos de vidro, que amedrontam o caboclo d'água. Apesar de viver também fora d'água ele nunca se afasta muito da beira do rio. Quando não gosta de um pescador, afugenta os peixes, tange-os para longe da rede de pesca. Como a caipora, adora fumo, costume que faz com que os pescadores atirem fumo a água para cair nas graças do negrinho que gosta desse agrado, costuma aparecer nas casas de farinha das ilhas ou dos barrancos e noite de farinhada, comumente depois que os trabalhadores se acomodam para dormir, passeando entre os que estão adormecidos, para roubar-lhes fumo ou beiju.



É em personagem encantada transformando-se em outro animal ou objeto. Um pescador contou que pescava a noite quando percebeu um vulto de um animal morto boiando na correnteza. Remou apressadamente em direção ao animal, percebendo ao se aproximar que se tratava de um cavalo, e aí tentou encostar a canoa para verificar a marca ou ferro, para avisar ao dono, quando o animal afundou e logo em seguida, a canoa foi sacudida, percebendo o pescador que um nego d'água agarrado à borda da embarcação tentava virá-la.



Nesse instante lembrou-se o pescador que trazia um pequeno pedaço de fumo, que imediatamente atirou para o neguinho que dando cambalhotas, desapareceu no fundo das águas. Alguns dizem que existe apenas um nego d'água em todo o rio, outros dizem que são muitos. O fato é que o nego d'água, povoa a imaginação de todo menino beiradeiro, o que sossega os corações das mães, pois a noite os pequenos só se aproximavam da água acompanhados por adultos.


O fato de ter ficado por longo período isolado desenvolveu, no são franciscano, suas crendices e medos dentro do seu próprio universo. Nada trazido de outras regiões. A maioria dos duendes, bons ou maus, são ligados a água, da qual fazem seu habitat.



A Mãe D'água


Ou Iara é a rainha das águas e nesse caso a voz é unânime em dizer que só existe uma. A mãe d'água na figura de mulher muito atraente, atrai os homens, e os leva para as profundezas do rio. Segundo essas histórias, muitos são os atraídos pela mãe d'água e que desapareceram misteriosamente quando pescavam a noite, ou navegavam sozinhos pelo rio

Fevereiro o mês de Yemanjá ( Poemas á Yemanjá )




Carimbei esta última passagem

Para o resto do lado de lá,

Contei todos os degraus da escada,

Soltos de parafuso em parafuso,

Olhei o espelho esquecido da imagem

Deitado no regaço materno de Iemanjá

Corpo de Sereia em olhos de Fada,

Vestida de grave saber profuso.



Senti brotar em minhas veias

O curso do rio que alma me lavou,

De margens feitas de beleza,

Cantado em som de harpa Celta.

De mãos amordaçadas por teias,

Com olhar que o tempo matou,

Rosas alvas, pétalas de incerteza,

Perfumadas, de face esbelta.



Murmurei teu nome neste conto

Entre danças de Sátiros e Duendes,

Flautas mágicas da tua floresta,

Uranos e Neptunos que casam sentidos

Em céu pintado, ponto por ponto

De brilhos, como só tu me entendes,

Como o todo o pouco que me resta

Nos últimos dias por ti repetidos.



Fogo fátuo que me ilumina as façanhas,

Que tudo me diz por voz silenciada,

Lê o amanhã em conchas de mar,

Nas rugas que os anos escavaram

Por entre o passado, nas entranhas.

Diz-me da sorte bem e mal amada,

Dos passos, do dizer que se quer calar

Entre nossos amores que o mundo pararam



Enviado por Tânia Mara Camargo

em 25/02/2011 16:43:54

Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=48322#ixzz1EzW09k97

Fevereiro o mês de Yemanjá ( IEMANJÁ NEGRA )


                                                               IEMANJÁ NEGRA




O cheiro de alfazema toma conta do ambiente no barracão de Iemanjá, onde filhos, mães e pais de santo e simpatizantes depositam as oferendas que serão levadas em balaios para o alto mar, no fim da tarde desta terça-feira, na praia do Rio Vermelho, em Salvador.



Na edição deste ano, a imagem de uma sereia negra é o presente principal, oferenda dos pescadores à rainha das águas.



A imagem foi concebida pelo artista plástico Washington Santana, que foi enfático ao falar de sua criação: “nada mais justo que reverenciar Iemanjá dessa forma, esta cidade é negra”.




Fox do Rio vermelho em Salvador/BA Brasil

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Fevereiro o mês de Yemanjà ( personalidade das filhas de Yemanjá )






As filhas de YEMANJÁ são boas donas de casa, educadoras pródigas e generosas, criando até os filhos de outros (OMULU).


À deusa das águas recorrem as mulheres que não conseguem engravidar.


Porque é Iemanjá quem controla a fertilidade, simbolizada em seu corpo robusto, forte, em seus seios volumosos e na aparência sensual.


Qualidades, aliás, de todas as suas filhas, que se revelam excelentes como donas de casa, educadoras e mães. Não perdoam facilmente, quando ofendidas.


São possessivas e muito ciumentas.

Embora se mostrem tranquilas a maioria do tempo, podem se tornar verdadeiras feras quando perdem a paciência.



Mais do que isso, não perdoam ofensas com facilidade. Intrometem-se tanto na vida dos familiares que chegam a sufocar.


Mas a intenção é sempre das melhores.



Fevereiro o mês de Yemanjá ( Arquétipo do orixá e de seus filhos)


                                Arquétipo do orixá e de seus filhos




Os traços de personalidade dos filhos de um orixá costumam ser semelhantes aos do próprio orixá.


No entanto, os orixás que habitam o Orum estão imersos na atemporalidade, enquanto os seus filhos passam por todas as fases da vida.




Quando uma jovem descobre que é filha de Iemanjá isso indica que os traços de personalidade que a acompanharão ao longo de toda vida são próximos daqueles que se encontram no arquétipo da orixá, tal qual foi revelado e subsiste na atemporalidade do Orum, não importando que fase da vida está associado ao orixá ou em que fase da vida se encontra seu filho.